segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A Teoria Clássica de Fayol.

por Antônio Hilário Comes

Na abordagem clássica da administração, tanto a Administração Científica de Taylor, quanto a Teoria Clássica de Fayol tinham o mesmo objetivo: a busca da eficiência das organizações. Taylor enfatiza as tarefas (mais eficiência por meio do aumento da eficiência a nível operacional), já Fayol enfatiza a estrutura (mais eficiência por meio da forma e disposição dos órgãos componentes da organização e das suas inter-relações estruturais).

Para Henri Fayol as empresas têm algumas funções básicas:

1. técnicas: produção de bens e serviços para atender as necessidades da própria empresa e de seus clientes (mercado);

2. comerciais: compra, venda e permutação dos produtos e serviços;

3. financeiras: capta e gerencia capitais;

4. segurança: proteção e preservação dos bens e das pessoas envolvidas em seus processos;

5. contábeis: inventariar, registrar, realizar balanços, definir custos e controlar suas aplicações e,

6. administrativas: integração, através de uma coordenação, da cúpula com as outras cinco funções.

Dessas funções surge o POCCC (Prever, Organizar, Comandar, Coordenar e Controlar) com suas atribuições e a departamentalização administrativa das empresas. Mais tarde ocorrem inovações como a criação da área de recursos humanos e a gestão de pessoas por equipes e não mais por departamentos, como ocorria anteriormente.

Segundo o fayolismo, a divisão do trabalho consiste na especialização das tarefas e das pessoas para aumentar a eficiência, mantendo a autoridade e a responsabilidade em equilíbrio harmonioso, o que gera a disciplina necessária para respeitar os acordos estabelecidos. Por isso deve haver unidades de comando e de direção, gerando uma subordinação dos interesses individuais aos interesses gerais. A remuneração deve ser justa e que garanta satisfação aos empregados. O comando deve ser centralizado e em cadeia escalar para se respeitar a hierarquia, facilitando a ordem material (cada coisa em seu lugar) e a humana. Isso trás uma conseqüência importante; a lealdade e a baixa rotatividade de cargo evitando impactos negativos sobre a eficiência organizacional.

Como se pode ver a TC caracterizou-se basicamente pelo seu enfoque prescritivo e normativo: prescreve os elementos da administração (funções do administrador) e os princípios gerais que o administrador deve adotar em sua atividade. Esse enfoque prescritivo e normativo sobre como o administrador deve proceder no trabalho se constitui no grande filão da TC.

A crítica feita a Teoria Clássica de Fayol é que, apesar de parecer mais socialista, na realidade prega verticalização das organizações, mantendo a linha de frente (pessoal do chão de fabrica) na base da pirâmide e sem possibilidade de ascensão.

Pequena leitura sobre as idéias schumpeterianas de inovação.

por Antônio Hilário Gomes

“Nos momentos de crise só a imaginação é mais importante que o conhecimento”

A. Einstein

Joseph A. Schumpeter nasceu na Áustria, em 1883, onde foi professor nas Universidades de Cenati e Gras. Lecionou também na Universidade de Bonn, na Alemanha e a partir de 1932 foi professor de Harvard, onde permaneceu até sua morte, em 1950. Sua principal obra foi “The Theory of Economic Development”, publicada em 1912, na qual estão inseridas as idéias básicas de seu pensamento econômico.

Apesar de seus estudos fazerem uma análise críticas das teorias Marxistas e dedicarem-se a explicar apenas o desenvolvimento econômico que se verifica no capitalismo, Schumpeter não consegue manter o antagonismo completo ao socialismo. Como um dos fundadores da Teoria da Inovação e Dinâmica Econômica ele enfatiza o caráter revolucionário do capitalismo industrial, afirmando que esse se renova e que a inovação é o motor do desenvolvimento econômico e, conseguintemente, do desenvolvimento social.

O grande conhecimento e profunda análise sobre Marx tornam Schumpeter, o que se poderia chamar de um “neocapitalista”. Pois, se para Marx o capitalismo era um mal transitório que entraria em crise pela sua própria obsolescência e em crise seria destruído pela luta de classes e renovado pelo socialismo; para Schumpeter o capitalismo era o caminho para melhorar as condições de vida das pessoas e a crise gerada por sua obsolescência o levaria a uma destruição transformadora e a renovação ocorreria naturalmente, graças a sua capacidade de inovação. Tudo isso o torna mais que um economista: um sociólogo com visão ampla do capitalismo.

Como teórico do desenvolvimento capitalista, Schumpeter prega que a natureza evolutiva e progressiva decorre da inovação, que é o motor desse desenvolvimento. A inovação tem origem em um impulso, que é inerente ao capitalismo, transformador da vida econômica e gerador de desenvolvimento. Esse impulso fundamental que se inicia e mantém o movimento da máquina capitalista decorre de novos bens de consumo, dos novos métodos de produção ou transporte, dos novos mercados, das novas formas de organização industrial, que a empresa capitalista cria. Assim, Schumpeter define suas cinco vias de inovação:

1. introdução de um novo bem ou de uma nova qualidade a um bem já existente;

2. introdução de um novo método de produção;

3. abertura de um novo mercado;

4. conquista de uma nova fonte de oferta de matérias-primas ou de bens semimanufaturados e,

5. estabelecimento de uma nova organização em qualquer indústria.

Segundo essa teoria, produzir é combinar materiais e forças; já inovar é produzir outras coisas ou as mesmas coisas de outra maneira, combinar diferentes materiais e forças, ou seja, realizar novas combinações que tragam retorno financeiro.

A inovação, através da destruição criativa, dinamiza a economia, pois produz contínua mutação que revoluciona a estrutura econômica a partir de dentro, destruindo a velha e produzindo uma nova. Esse processo é o fato essencial ao desenvolvimento capitalista, visto que não tem sentido manter indefinidamente as instituições obsoletas. Essa destruição criativa se torna mais evidente a partir dos anos cinqüenta, após a segunda guerra mundial. O desafio pós-guerra era a inovação tecnológica. Sem ela, o progresso da economia ficaria estagnado; então, para facilitar, o progresso técnico passa a ser tema central na análise econômica e social e assim surge a necessidade de entendê-lo melhor, bem como a de profissionalizar a P&D. A produção do conhecimento e sua incorporação em inovações tecnológicas são instrumentos cruciais para o desenvolvimento sustentável. Para o desempenho econômico as inovações são o principal determinante do aumento da produtividade e da geração de novas oportunidades de investimentos.

A profissionalização de P&D é essencial para incrementar a invenção que é indispensável à inovação. Inventar é gerar e desenvolver novas idéias, superando as dificuldades conceituais e práticas, o que não implica em seu uso comercial.

Inovação é aquilo que representa novidade para o mercado, ou seja, é poder dar uso comercial a uma boa idéia. É uma solução técnica economicamente viável que resolve de fato um problema e, portando tem valor de uso e de troca.

Existem vários tipos de inovações além da tecnológica. Podemos citar, dentre outras, a organizacional, tão presente nos dias de hoje. De modo geral as inovações podem ocorrer de duas formas: radical ou incremental, de acordo com o efeito desejado por quem as implanta em uma organização.

Dito tudo isso, é preciso lembrar que inovar requer planejamento e que P&D é a principal fonte de inovação tecnológica.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Vida de prateleira

Todos já devem ter ouvido falar que determinado produto estragado provocou problemas de saúde a alguém. Ora, isso é uma situação fácil de prevenir; veja: você tem o hábito de ler as informações que estão nas embalagens dos produtos de supermercado que consome? Esta deve ser uma atitude corriqueira; além de examinar o peso e a composição, você deve examinar, também, o prazo de validade. Afinal, todos têm o direito e o dever de saber o que está levando para casa e a que está expondo sua família.
No caso de produtos alimentícios, prazo de validade é tão importante quanto as informações nutricionais; estando fora deste prazo o alimento representa riscos à saúde.
Todo produto traz impresso o prazo mínimo de validade. No entanto, para que possa ser consumido com segurança, não basta estar dentro deste prazo de validade, é necessário que se obedeça às normas de armazenagem estabelecidas pelo fabricante.
Um iogurte, por exemplo, pode está dentro do prazo de validade, porém se a temperatura na qual é armazenado for muito elevada, certamente não prestará para o consumo, ou seja, o prazo de validade pode ser inútil se o produto for manuseado de forma incorreta.
Bem, mas não são apenas com produtos alimentícios que se deve ter cuidado. Todo e qualquer produto deve ser usado conforme as recomendações do fabricante. Um exemplo é o óleo de motor de automóveis.
Uma pergunta interessante que surge é: todo produto tem prazo de validade? A resposta é não. O óleo de motor de carro, por exemplo, não tem um prazo de validade para consumo.
Enquanto está envasado o óleo não tem prazo de validade, contudo devem-se tem algumas precauções com o seu armazenamento. Os frascos não podem ficar expostos às condições do tempo, como sol e chuva, esses fatores podem contribuir para o desgaste das embalagens provocando reações que podem se alastrar até o óleo alterando sua composição química.
Se o óleo para motor de carro não tem prazo de validade por que então ele é trocado e por que se estabelece um tempo ou quilometragem para tal?
Com o tempo vão-se acumulando resíduos e havendo um desgaste natural dos aditivos usados na composição original do próprio óleo, tornando necessária a sua troca. É por esse mesmo motivo que também não se deve completar o nível de óleo. Quanto mais vez se completa o óleo, mais se acumulam resíduos.
O período de troca do óleo é definido pelo fabricante do veículo e não pelo fabricante do óleo. É ele quem desenvolve um programa de teste e resistência para cada modelo fabricado. A partir dos resultados desse programa é que se define o tipo de óleo e o tempo ou quilometragem adequada para cada troca. O tempo nunca deve ultrapassar os seis meses, período em que há um grande acúmulo de resíduos.
Do ponto de vista químico, tanto o tempo de vida em prateleira de um produto alimentício, quanto o tempo de troca de óleo lubrificante de um motor são processos cinéticos que devem ser avaliados e os resultados apresentados estatisticamente. Quando as alterações num óleo ou num alimento de prateleira provocar mudanças de composição, é hora de marcar o fim de sua vida útil.
Por isso, sempre que for trocar o óleo de seu carro fique atento às recomendações de sua montadora. Use aquele indicado pelo manual do proprietário e evite completar o nível, assim você estará evitando problemas e mantendo o tempo de vida útil do motor.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Já pensou em Química hoje?


Você já pensou quais processos estão associados às diferentes fases do desenvolvimento de sua vida? Bem, na verdade, são vários. Podemos citar alguns: os biológicos, os físicos, os emocionais e os sociais. No entanto, todos esses processos são”dominados” por um outro: o químico.
Pensar – o mais importantes dos processos (mental e sentimental) da humanidade é “controlado” por uma série de fenômenos químicos. É interessante se observarmos que pensar é um ato involuntário, mas que pode ser, de certa forma, sistematizado. Assim também é necessária a sistematização do conhecimento, que é oriundo da observação dos fatos naturais. Dessa forma, poderemos utilizá-lo em prol do desenvolvimento sustentável da humanidade.
Como a Química é uma Ciência Natural, é fundamental a sistematização do conhecimento químico para que se possa aproveitar melhor os fenômenos da Natureza sem agredir a vida. Afinal, é isso que toda atividade humana deve priorizar: a Vida.
Não existe vida sem química; sem uma Química com continuidade e sustentável. Vejamos algo: a própria aproximação ou afastamento entre seres da mesma espécie ou de espécies diferentes são provocados pela a ação de feromonas. Havendo a aproximação de seres de sexo oposto de uma mesma espécie, outras ferramentas da Química se sobrepõem e passam a operar em seus corpos, provocando a evolução de outra vida que para sobreviver, depende de novos fenômenos. E, caso esses fenômenos sejam interrompidos, a vida também assim será.
Vivendo, observamos fatos interessantes, como a necessidade de expansão dos horizontes ampliando a concepção de vida ativa. Para que isso ocorra, a Química entra novamente em ação, fornecendo os “alimentos” necessários para tal. No entanto, devemos ter cuidado com a evolução dos fatos. A Química molecular, que nos permite a clonagem das espécies, precede de ética e moral. Pois, caso contrário podemos produzir “cópias” com pouco senso de valor ou com valores com os quais o homem ainda não saiba lidar.
Por tudo isso, é que se faz a seguinte pergunta: afinal, Química é boa ou é má?
Bem, nenhuma ciência tem o livre arbítrio, por isso mesmo não pode ser julgada. Contudo, o homem pode e deve ser julgado por suas atitudes. Não é a Química que polui os rios, os mares, as floresta e o ar, é, sim, o homem em sua busca desenfreada pelo acúmulo de riquezas.
Reflita um pouco sobre suas atitudes. Deixe de olhar a Química apenas com os olhos da cara. Passe a vê-la um pouco mais com os olhos da razão e do coração, assim viverá melhor. Pense!

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

O feito e o fazendo

Engana-se aquele que acha que uma Feira de Ciências ou Cultural de uma instituição de Ensino deva apresentar trabalhos perfeitos e impecáveis. Eles até acontecem, mas não é esse o objetivo. O propósito dessa atividade é despertar o prazer de fazer, não simplesmente mostrar o já feito.
Durante semanas, ou meses, alunos fazem seus experimentos. Erram. Desfazem. Consertam, erram novamente. Voltam a refazer. Nesse processo, vão descobrindo o fundamental: é fazendo que aprendemos.
O importante é fazer; o que já se encontra pronto, feito, serve apenas como inspiração.
Por isso, vale uma observação: ao visitar uma Feira de Ciências, não pergunte a alunos o que é isto ou aquilo, mas sim, como fizeram isto, como chegaram àquilo.
E não esqueça: finalize com um elogio. Afinal, tudo que é feito pelo aluno é aprendizagem.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Um espelho para o rei


Havia, em um reino distante, um soberano que maltratava seu povo. Isso estava causando uma revolta compulsiva, até mesmo a rainha sentia-se constrangida. A revolta era tanta, que já se ouviam nos corredores do palácio rumores de golpe de estado. Os militares eram tratados como serviçais. Os súditos do palácio andavam amedrontados e faziam de tudo para não cruzarem com o rei.
Sua filha era tratada como uma cidadã comum, sem regalias e com desprezo. Nos momentos difíceis, contava apenas com sua mãe, que, no entanto, não podia fazer quase nada. Era fiscalizada de perto por um dos conselheiros mais próximos ao rei. Com isso era infeliz e vivia em depressão. Fazia tudo para agradar ao pai, mas nada surtia o efeito desejado. Seus pretendentes eram perseguidos e até expulsos do reinado.
Ela estava prometida a um príncipe de um reinado distante; por puro interesse comercial. Ele era detentor de uma frota de navios e dominava o comercio marítimo em quase todo o continente. Já o rei, seu pai, tinha muitas minas de ouro e uma agricultura deficitária. O acordo comercial com o príncipe era de suma importância para manter o suprimento de seus celeiros e a venda de seus minérios. A tirania do rei era tamanha, que, o que menos importava era a felicidade do seu povo.
A revolta atingira proporções graves. Um de seus conselheiros mais próximos propôs ao rei que fosse feita uma festa com trocas de presentes. Assim os súditos se aproximariam do palácio e as desavenças seriam desfeitas. Era uma excelente oportunidade para apresentar o príncipe a sua filha e a seus súditos.
Convites foram enviados a todos os feudos, artesões e comerciantes do reinado. Seus embaixadores viajaram a reinados e principados próximos para convidarem seus soberanos. Com isso, se esperava que os conflitos eminentes fossem desfeitos. Era uma oportunidade de ouro para todos. Muitos presentes foram comprados. Os melhores artistas foram convidados. Banquetes foram montados. Tudo estava em perfeita harmonia com as pretensões do rei.
Chegou o dia da festa. As caravanas começaram a chegar. O rei recebeu muitos presentes: jóias, animais raros, especiarias do oriente, até escravos o rei recebeu de presente.
De repente, todos levantam e se inclinam, o rei está entrando no ambiente. Senta em seu trono, que está rodeado de presentes: à esquerda, aqueles que foram enviados pelos convidados e a sua direita, aqueles que seriam distribuídos pessoalmente pelo rei.
O vassalo-mor começa a chamar as pessoas ali presentes, que se aproximam, beijam o anel do rei e recebem uma lembrança da festa.
Eis que no meio dos convidados surge um velho aldeão da região mais distante do reinado. Ele traz um presente embrulhado em uma folha de papiro. Aproxima-se e pede permissão para entregá-lo ao rei. Todos o olham com reprovação, afinal o presente deveria ter sido entregue logo que o convidado entrasse no palácio. No entanto, como o objetivo da festa era amenizar as relações com seus súditos, o rei prontamente autorizou a entrega do presente.
Todos ficaram curiosos. O que esse velho teria dado de presente ao rei?
O rei abriu o presente e, para surpresa de todos, era um espelho de prata. Foi o maior cochicho. O rei perguntou prontamente:
_ Por que me trazes um espelho, tenho tantos no palácio?
Todos fitam o velho a espera de sua resposta.
_É para que vossa majestade veja o que vem causando tantos conflitos em seu reinado.
Terminada a festa, todos partiram para suas casas. Somente o velho aldeão foi impedido de partir. No dia seguinte ele foi chamado a ter uma audiência com o rei.
_Como se atreve a trazer um presente desses? Não vê que me ofende com tal atitude?
_Senhor, muitas vezes é necessário que os outros nos mostrem quais os verdadeiros problemas que temos de enfrentar. Às vezes nossos problemas não passam de conflitos que devem ser travados com nós mesmos. Seu reinado é perfeito. O que deve mudar são as atitudes de vossa majestade.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Amor cachorro


E lá vem ela! Livre, solta, correndo contra o vento, quando, de repente, o encontra. Ele acabara de sair do chuveiro e estava a passeio pela pracinha, apenas para exercitar-se, sem a menor pretensão de encontrar alguém. Mas, enfim, encontrou Cristal, jovem clara, delicada e sensual, olhos pretos e brilhantes, lábios vermelhos e sedosos, capazes de refletir a luz. Ele se chamava Sheick, um moreno chocolate glamoroso e vaidoso, cheio de charme. Tinha cabelos rebeldes, como a maioria dos jovens.
Sem expressar uma só palavra, aproximam-se e fitam-se nos olhos. É amor à primeira vista. Um amor tão intenso que ali mesmo, sem a menor cerimônia, começam a rolar na grama. Correm, pulam sobre os bancos da praça. Roçam seus corpos viçosos e sedentos.
Soraya fita-os e pensa: "Como são felizes!"
Bruna olha e diz:
- Nunca vi Cristal tão alegre assim!
Eles combinam que a partir deste instante, este será o local de seus encontros e começam a planejar um futuro feliz, com casa, filhos, enfim, tudo o que um casal apaixonado pode imaginar.
Eis que de repente se ouve o grito de Soraya:
- Vem, Sheick! Ah, cachorro danado, acabei de banhá-lo e olha só como está!
- Vem, Cristal! - chama Bruna.
E cada um volta para sua coleira e sai cabisbaixo, olhando-se mutuamente. Mas, antes de partirem, eles combinam um próximo encontro, a sós, durante a noite, quando poderão ficar à vontade. Após varias tentativas, conseguem se encontrar novamente na pracinha do condominio. Agora livre para viverem aquele intenso amor.
Desse amor repentino, nascem Cornellius e Gauss.
E então chega o dia em que Sheick vai morar em outro bairro, Cornellius parte para morar com Nilda, Gauss vai fazer companhia a Dolores. E a pobre Cristal fica amargando a solidão, revivendo em seus pensamentos, um feliz amor cachorro.